O PERDÃO TOCA E ACALMA O CORAÇÃO
Mateus 18.21-35 e
Gênesis 50.15-21
Oremos juntos como Jesus nos
ensinou:
Pai nosso que estás no céu.
Santificado seja o Teu nome. Venha o teu Reino. Seja feita a tua vontade, assim na terra como no céu. O pão nosso
de cada dia nos dá hoje. E Perdoa as
nossas dívidas, assim como nós também perdoamos aos nossos devedores. Não
nos deixes cair em tentação; mas livra-nos do mal. Pois teu é reino, o poder e
a glória, para sempre. Amém.
Você pensou no estava dizendo e
pedindo? Você realmente quer que aconteça tudo o que você acabou de pedir?
Eu espero que realmente aconteça
tudo o que nós acabamos de pedir; pois tenho certeza que Jesus, o nosso Senhor
e Salvador não nos ensinaria a pedir o que não é bom ou necessário. Mas quero
destacar duas petições da Oração do pai nosso para servir de ponto de partida
para nossa reflexão de hoje que estará baseada principalmente em Mt 18 e Gn 50.
As petições que destaco são:
Seja feita a tua vontade, assim na terra como no céu - Você
realmente quer isto? Você está disposto a aceitar isto? A abrir mão de tua
vontade e deixar a vontade de Deus prevalecer?
Perdoa as nossas dívidas, assim como nós também perdoamos aos nossos
devedores – é isso mesmo que você quer? Você quer perdoar e ser perdoado?
Sempre ou as vezes?
Quantas vezes devo perdoar,
pergunta Pedro; e arrisca uma resposta: sete vezes?
Talvez poderíamos acrescentar
outras perguntas a esta feita por Pedro. Quem devo perdoar? O que posso ou devo
perdoar? Existe algo imperdoável? Sou obrigado a perdoar?
Martinho Lutero escreveu e pregou
a respeito deste tema da seguinte maneira:
“O reino de Deus ou o perdão de pecados não limites, como o texto do
evangelho maravilhosamente indica, quando Pedro pergunta ao senhor; e
imediatamente, segue a parábola do credor incompassivo. Nela, Cristo nos exorta
severamente, sob pena perdermos a graça de Deus, a que de bom grado perdoemos a
falta de nosso próximo, porque Deus, inúmeras vezes, perdoa as nossas culpas e
os nossos pecados.
Nossa culpa diante de Deus atinge a casa dos dez mil talentos, ou seja,
incalculável. Nossa divida é tão grande que não podemos saldá-la, mesmo que
invistamos todos os nossos recursos, poderes e obras, pois não temos condições
de apagar um só pecado, por menor que seja. E uma vez que, em seu reino, Deus
nos perdoa tão ricamente, por graça, nada mais justo que também perdoemos ao
nosso próximo”.
A pergunta que sobra é: por que é
tão difícil nos libertamos das correntes da amargura e ressentimento? Porque
somos tardios em perdoar? Porque ficamos remoendo? A verdade é que todos nós
queremos ser perdoados como no caso da parábola. Mas, quando saímos da presença
do Rei Divino, com o seu perdão, muitas vezes não queremos estender isso para
as nossas relações cotidianas. Queremos limitar nossa fé ao palácio, a igreja.
E quando saímos, queremos retomar o nosso modo de vida, sem abrir mão do
direito de cobrar dos outros o que nos devem. O que não percebemos que isto não
coloca apenas o outro na prisão, mas também a mim; pois ao não perdoarmos,
amarramos as faltas do outro ao nosso ser e nos consumimos com um sentimento de
raiva, de mágoa, dor e desejo de vingança.
Uma história fantástica sobre
este assunto, registrada na Bíblia, é a historia de José. É uma história digna
de filme ou novela.
Um irmão é preferido pelo pai e isto causa
indignação dos outros irmãos.
Diante disso, os irmãos ofendidos preparam
uma armadilha que parece coisa de filme. E não é que funciona? O irmão
queridinho do pai é vendido e o pai recebe a mensagem de que ele havia sido
devorado por animais selvagens. E o pai
acreditou, chorou e sofreu muito.
Mas a história toda é desvendada nos
capítulos 45 a 50 de Gênesis. José se dá a conhecer a seus irmãos, após ter
ajudado toda a família. Todos estão morando no Egito.
Acontece a morte de Jacó e então os irmãos
ficam preocupados. Será que José vai se
vingar de nós agora?
Talvez nos filmes muitas vezes acontece
exatamente assim. Mas José marca esse momento com uma frase que repercute para
sempre entre o povo de Deus: Deus mudou
(transformou ) o mal em bem. V. 20 .
Essa frase nos mostra uma maneira diferente de
agir frente ao pecado alheio. Em
primeiro lugar confiar que Deus pode transformar até mesmo o mal em bem.
Ainda que não entenda isto. Isto implica em eu colocar toda a minha confiança
no Pai que está no céu e dizer: PAI: seja feita a Tua vontade com respeito a
isto. E eu sei que a tua vontade é que em meu coração eu perdoe.
José conhecia o
Deus de seu pai e tinha certeza que Deus estava sempre com ele. Este único Deus
fez coisas espantosas aos olhos dos egípcios, como revelar sonhos que o
ajudaram a sair da prisão e liderar todo país em momentos muito difíceis. José
sabia e reconhecia que tudo era dádiva de Deus na sua vida.
José se manteve
fiel, mas passou por poucas e boas para chegar a esta condição. Deus inclusive permitiu
que coisas ruins acontecessem com José, para que ele fosse um instrumento de
salvação para o povo de Deus.
O mal terrível
que os irmãos fizeram, vendendo-o como escravo, Deus transformou em bem.
O que José fez
pelos seus irmãos só foi possível porque houve perdão! Sem perdão nada disso
teria acontecido e a história seria certamente muito diferente, e talvez a gente
nem conheceria essa história.
Em segundo Lugar, devemos aprender com José a FALAR AO CORAÇÃO do que
pecou.
Aqui precisamos aprender não só
com José, mas também seus irmãos. Os irmãos de José reconhecem o mal que
fizeram a José (v. 15). Quando eles vão até José, (v 18) se curvam diante dele
e dizem: aqui estamos, somos seus
criados. Aqui precisamos aprender com eles que não a não dizer “! Você é
meu irmão e tem que me perdoar! O teu Deus manda que você me perdoe! Se você
não nos perdoar você é um hipócrita! Precisamos aprender que perdão não se
exige; se pede! E um pedido de perdão exige um coração verdadeiramente
arrependido, seja na relação com Deus, seja na relação com o próximo.
E precisamos aprender com José
que diz: não tenham medo, eu não posso me colocar no lugar de Deus e julgá-los
e condená-los.
Vejam o que José diz no versículo
21: “Não tenham medo. Eu cuidarei de
vocês e de seus filhos. Assim ele os
acalmou com palavras carinhosas, que tocaram o coração deles”.
Precisamos aprender com José a
não “puxar o cachorro morto pelo rabo”; a não remoer o vômito. Precisamos
aprender a falar ao coração, de tal forma que ele se acalme. E isto só o perdão
é capaz de fazer.
Sim, pois é assim que Deus faz
conosco. Ele fala ao coração.
Já pensou se em nossas relações familiares,
entre irmãos na fé e com as outras pessoas falássemos sempre ao coração de modo
a acalma-lo? Será que muita coisas não seria diferente e será não seriamos bem
mais felizes?
Onde está o segredo para isto ser
possível?
Deixe Deus falar ao
teu coração, diária e constantemente. A Palavra de JESUS sempre vai nos conduzir para o caminho do perdão. O caminho do perdão nos ensina a vencer o mal
com o bem. É certo que a promessa do nosso Deus não falha e que todas as coisas trabalham juntas (cooperam)
para o bem daqueles que amam a Deus. Rm 8.28.
Nós amamos porque Ele nos amou primeiro. Nós perdoamos porque Ele nos perdoou
primeiro.
Se cremos no perdão que recebemos, então
podemos ter a certeza que Deus vai nos ajudar a perdoar também.
A história de José nos mostra que Deus age na
vida dos seus filhos e conduz a vida deles através do perdão.
Com o perdão é possível pagar o mal com o
bem! Foi isso que JESUS fez por nós!
Que não nos falte jamais o perdão de Deus
quando erramos e falhamos e que saibamos sempre perdoar, amém.
O que é mais importante (tem mais valor) para você?
Mt 16.21-28
O evangelho de
hoje nos traz uma bela reflexão sobre dois extremos de nossa vida:
- De um lado
está o mundo inteiro – com tudo o que ele tem e
pode oferecer. Quanto vale o mundo com tudo que nele há? Pense um pouco nas
propriedades, riquezas e luxos deste mundo. Consegue imaginar a fortuna? Para
nós certamente é um valor incalculável. E é exatamente este ponto que Jesus quer
ressaltar para falar do valor de uma alma e da vida eterna. Pois é isto que
Jesus coloca do outro lado da balança.
Com o que você
se preocupa e se ocupa mais? Com a salvação da alma, em ser herdeiro da
vida verdadeira, ou com o ganhar o mundo inteiro?
Diz Jesus: O que adianta alguém ganhar o mundo inteiro,
mas perder a vida verdadeira? Pois não
há nada que poderá pagar para ter de volta esta vida. Pois o filho do Homem
virá na glória do seu Pai com os seus anjos e então recompensará cada um de
acordo com o que fez.
Quando Jesus
pergunta “o que adianta alguém ganhar o
mundo inteiro, mas perder a vida verdadeira?”
ELE não está subestimando o
valor das coisas deste mundo; mas inversamente está mostrando o valor de tua
alma e da vida eterna. E Jesus o faz em um contexto onde fala de sua morte e
ressurreição em nosso favor e Pedro, pensando como um ser humano pensa, tenta
dissuadi-lo da ideia e ouve Jesus dizer: sai da minha frente satanás!
Focar as
coisas deste mundo é natural ao pensamento humano. Por isso a morte de Jesus
não se enquadra nos pensamentos e nos planos de Pedro naquele momento.
Jesus se
enquadra nos teus planos? Quais são os teus planos? Quais são as tuas
prioridades?
É muito comum tentarmos
enquadrar Jesus aos nossos planos. Buscar nele um libertador político, um
curandeiro.... um Deus de prosperidade e riqueza econômica. Sim, porque é com
isso que os ser humano se preocupa e se ocupa naturalmente.
O problema é
que este não é o caminho da vida verdadeira; da vida eterna. O caminho da vida
verdadeira não é amoldar Jesus aos meus planos e as minhas prioridades. O
caminho da vida verdadeira é mudar o meu jeito de pensar (Rm 12.1-2) e aprender
com Jesus a orar “seja feita tua vontade”. É mudar o foco, a prioridade.... o
objetivo da vida. É colocar o reino de Deus em primeiro lugar sabendo que todas
as outras coisas serão acrescentadas. É saber o que é imprescindível e o que é
secundário.
Quando focamos
demasiadamente as coisas deste mundo e vivemos como quem quer conquistar o
mundo, somos como a semente (da parábola do semeador) que foi semeada no meio
dos espinhos. Diz Jesus em Mateus 13.22 que essas pessoas “ouvem a mensagem, mas as preocupações deste mundo e a ilusão das
riquezas sufocam a mensagem, e essas pessoas não produzem frutos”.
O que é mais importante (tem mais valor) para você? O mundo e suas riquezas ou
a sua alma e a vida verdadeira?
Não de voto de
pobreza. Mas se trata de priorizar e dar o devido valor a cada lado da balança.
Escolher no quê o coração realmente se apega e separar as coisas. Como você tem
feito esta separação?
Para lhe
ajudar a avaliar, pense no seguinte: aquilo que nós valorizamos e nos é
importante, nisto investimos: (1) tempo
(2) esforço (3) recurso.
Se pensarmos
em relação a nossa alma e ao reino de Deus como o mundo pensa, ou como o ser
humano pensa... então não haverá:
Tempo – para culto, para leitura da bíblia, para oração,
para ensinar aos filhos o caminho do Senhor...
Esforço – para o testemunho, para o trabalho da igreja, do
reino de Deus e sempre encontraremos mil e uma dificuldades e obstáculos.
Recurso – para o oferta, para o evangelismo, para enviar
missionários e outras coisas mais que fazem parte do reino de Deus.
O que vale
mais: ganhar o mundo inteiro ou a vida verdadeira?
Na verdade, ambos nos são impossíveis por esforço humano. Ninguém conseguirá ganhar o mundo inteiro. E quanto mais tem, mas preocupações e inquietações terá. Por outro lado, ninguém por si mesmo poderá conquistar a vida verdadeira; pois não há nada que poderá fazer ou pagar para merecer esta vida.
Na verdade, ambos nos são impossíveis por esforço humano. Ninguém conseguirá ganhar o mundo inteiro. E quanto mais tem, mas preocupações e inquietações terá. Por outro lado, ninguém por si mesmo poderá conquistar a vida verdadeira; pois não há nada que poderá fazer ou pagar para merecer esta vida.
Onde está o
chave então? Onde deve estar o foco?
A chave está
em saber que não precisamos ganhar o mundo e que, sendo bons administradores do
que Deus nos dá, trabalhando com sabedoria, de Suas mãos deus nos proverá tudo
quanto precisamos; pois aos seus ele pode dar até mesmo enquanto dormem. Ele
cuida dos pássaros; não cuidará de vocês?
O perigo está
no anseio pela riquezas; pois este anseio e esta “gana” (a bíblia chama isto de
avareza) é justamente nos faz perder de vista a vida verdadeira. Vale lembrar
aqui a história do homem rico, contada por Jesus, que encheu seus celeiros e
disse agora sim, você tem tudo o que precisa. Ao que Deus lhe disse: louco,
esta noite pedirei a tua alma, e oque tens preparado, para quem será? E Jesus
conclui, (está lá em Lucas 12.13-21): Isto é que acontece com aqueles que
juntam riquezas para si mesmos, mas para Deus não são ricos.
A chave, o
segredo está em ser rico para Deus. Como?
A fé em Jesus
é a chave. Se por um lado nem o mundo inteiro vale tanto quanto tua alma e a
vida eterna, e não há nada que você possa pagar para ter essa vida, por outo lado, o que Jesus disse que iria
fazer (verso 21) e fez... foi morto e ressuscitado, isto foi exatamente para
pagar o preço de tua alma e dar vida eterna. Ele nos comprou, não com ouro ou
prata, mas com seu santo e precioso sangue derramado sobre a cruz (1 Pe
1.18-19); para que todo o que nEle crê, não pereça mas tenha a vida eterna.
Rico para Deus
é a pessoa que crê. Que confia plenamente em Jesus sua salvação. Fé que vem
pelo ouvir da palavra. Por isso, rico para Deus é a pessoa que valoriza a
Palavra de Deus, os sacramentos e o seu reino de um modo geral.
Não pense como
o ser humano naturalmente pensa. Não tenha receio em investir tempo, esforço e
inclusive recursos no reino de Deus.
Jesus já pagou
o preço de tua salvação. Creia e tenha um coração agradecido. Se fosse preciso,
ainda poderia te dar mundo todo. Mas não precisa, afinal, para que?
Exatamente por
isso que jesus ensinou apenas a pedir: o pão nosso de cada dia nos dá hoje... e
perdoa-nos... assim como nós também perdoamos... não nos deixe cair em
tentação... mas livra-nos do mal... pois o reino não é nosso.... o reino é Teu,
ó Pai do céu... e o poder e a glória, para sempre. Amém.
Oração
Senhor nosso Deus e Pai celestial: obrigado por enviar Jesus ao mundo para me salvar; para sofrer em meu lugar pelos meus pecados e pagar o preço da minha salvação. Livra-se da avareza e cobiça pelas coisas deste mundo. Me ajuda colocar o teu reino em primeiro lugar e a estar contente e agradecido com o que tenho. Usa-me em tua mãos para que eu seja bom administrador de tudo o que confiaste aos meus cuidados, para que por meio das bênçãos que dás também outras pessoas possam ser abençoadas. Quero investir tempo, esforço e recursos na edificação do teu reino, para que muitas pessoas conheçam e recebam a salvação que vem Tí; e o farei em honra e gratidão a tí, ó Deus da minha salvação. Amém.
Senhor nosso Deus e Pai celestial: obrigado por enviar Jesus ao mundo para me salvar; para sofrer em meu lugar pelos meus pecados e pagar o preço da minha salvação. Livra-se da avareza e cobiça pelas coisas deste mundo. Me ajuda colocar o teu reino em primeiro lugar e a estar contente e agradecido com o que tenho. Usa-me em tua mãos para que eu seja bom administrador de tudo o que confiaste aos meus cuidados, para que por meio das bênçãos que dás também outras pessoas possam ser abençoadas. Quero investir tempo, esforço e recursos na edificação do teu reino, para que muitas pessoas conheçam e recebam a salvação que vem Tí; e o farei em honra e gratidão a tí, ó Deus da minha salvação. Amém.
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